1- Qual o seu papel neste projeto Azimute 270º?
O meu papel neste
projeto, digamos que é um papel mais distanciado, apesar de ser o presidente da
direção da ADEPE, nós combinamos internamente que era uma colega minha, neste
caso a Dra. Andreia Capataz, que ficava mais ligada ao projeto, e portanto o
meu papel neste projeto Azimute 270º fundamentalmente é estar atento aquilo que
se vai passando, dar as minhas opiniões e quando é necessário tomar uma decisão
política e de alguma maneira ir acompanhando a atividade que se vai
desenvolvendo. Não tenho uma tarefa direta, digamos assim, mas como responsável
da ADEPE, sou, naturalmente, o responsável máximo do projeto Azimute 270º.
Tanto que faz falta que
nós já decidimos que vamos propor um projeto de continuidade, se nós
entendêssemos que o projeto não fazia falta ou não tinha sido bem sucedido,
provavelmente não proporíamos que se fizesse um projeto neste domínio. Está
proposto porque os resultados que nós já obtivemos quer do projeto Maré-Alta e
Maré-Alta ll, quer agora do projeto no
Azimute 270º são de modo a fazer crer, que vale a pena digamos assim, investir
neste tipo de projetos. Nós acreditamos que já foi feito alguma coisa nos
bairros, particularmente nos bairros onde nós temos feito intervenção, mas quem
anda nestas coisas sabe que para além daquilo que já foi feito há muito mais
para fazer. Portanto eu dizia que faz todo o sentido dar continuidade ao
projeto. Portanto apresentamos o projeto, vamos ver se é aprovado, se for
aprovado, não falta aí que fazer.
É assim, essa é uma das
ideias, já aconteceu, por exemplo com o grupo de hip-hop que nasceu no âmbito
de um projeto, também deste género, não foi do projeto Azimute 270º, porque foi
anterior, foi no âmbito do Maré-Alta, mas foi ganhando pernas para andar e de
repente emancipou-se e hoje é um projeto autónomo. Portanto há atividades que
podem ser autónomas, é preciso é que as pessoas que as dinamizam e as pessoas
que são responsáveis pelo seu desenvolvimento assumam essa responsabilidade. Eu
diria que era muito bom, não só para o Azimute270º como para projetos futuros,
que aquelas atividades que têm pernas para andar, o pudessem fazer, pudessem
continuar, enfim com os seus meios, que pudessem encontrar mecanismos de
financiamento que as tornassem independentes. O que não faz sentido hoje em dia
é estarmos a fazer projetos que desenvolvam atividades e que morram logo a
seguir á altura em que o projeto acaba, isso é que não faz sentido nenhum,
porquê, porque se perde tempo, perde-se energias, perde-se entusiasmo, perde-se
até gente que é capaz de fazer coisas. Julgo que o importante é que algumas das
dificuldades tenham continuidade, nem todos podem ter, nem tem condições para
isso, mas aquelas que tiverem pernas para andar e que tiverem gente que é capaz
de agarrar nelas, não tenho dúvidas que possam continuar, como é o caso do
hip-hop e outro tipo de atividades que eu sei que são bem sucedidas.
Eu acho que nós
atingimos os objetivos , diria mesmo, que se calhar em alguns casos, até
ultrapassamos esses objetivos, isso não significa que nós estejamos
satisfeitos, porque entendemos sempre e vocês sabem isso, que é sempre possível
fazer mais e melhor. Nós nem sempre temos os meios que são necessários para
podermos ir mais longe, estamos a trabalhar, até as vezes com algumas
condissões de precariedade, que podem prejudicar aquilo que nós gostaríamos que
fossem as atividades e aliás só temos ido mais, porque há muito entusiasmo,
muito boa vontade, muita generosidade, muito empenho das pessoas, porque senão,
provavelmente ficávamos com o projeto a meio. Agora eu não posso deixar de
dizer, de um modo geral, os objetivos do projeto foram atigidos, nós estamos a
tocar em todas as frentes que tínhamos previsto, do ponto de vista da
abrangência, enfim, dos jovens das crianças que pretendia-mos abranger, já
ultrapassámos o grupo alvo que estava previsto. As actividades têm decorrido,
enfim, com um grau de sucesso muito satisfatório, portanto eu diria que os
objetivos foram atingidos, sem isto querer dizer que vamos ficar por aqui,
podemos ir mais longe, só que, também temos de nos render á evidencia daquilo
que são as condições que temos
5- Depois destes 3 últimos projetos Escolhas aqui na ADEPE poderá haver uma próxima geração?
Nós
apresentamos uma nova candidatura, nós acreditamos que essa candidatura tem
pernas para andar, isto é, tem condições para ser aprovada. É um projecto que
enfim tem lógica, que vem na sequência deste projeto que se chama “Olhar jovem
empreendedor”, isto é associar a questão da intervenção à capacitação dos
jovens a serem mais empreendedores e poderem eles assumir, os desafios que se
colocam nestas intervenções, mais localizadas no território. Agora como nós
sabemos, também as verbas disponíveis para os projetos são muito poucas, nós
tivemos uma garantia por parte do Sr. Secretario de estado de que este tipo de
projetos de continuidade teria prioridade não que está aprovado, só que tem
prioridade este e outros que se fazem, certamente pelo país fora com as mesmas
características e portanto eu diria que nós temos boas expetativas,
relativamente à possibilidade de renovação do projeto, que apresentámos a esta
geração do Escolhas. Agora “até ao lavar dos cestos e vindima”, por isso só
depois de termos cá deste lado a notícia de que o projeto foi aprovado é que
nós podemos garantir que o projeto vai por diante. De qualquer maneira na
visita que o Sr. Secretario nos fez, eu digo que ele ficou bem elucidado
daquilo que era o nosso trabalho, julgo que em termos de candidatura nós cumprimos
os requisitos fundamentais para que o processo possa merecer aprovação e agora
está nas mãos de quem decide, quem decide não somos nós, portanto somos um
entre muitos candidatos. Nós temos aqui uma vantagem, pois já estamos há muitos
anos nestes projetos, já estamos há nove anos com provas dadas e portanto isso
é capaz de ser um capital que resulta a nosso favor e serve de avaliação dos
candidatos e portanto nós temos muito boas expetativas que o nosso projeto
seja aprovado.
